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Estreia aqui a newsletter de recomendações: Canciones para despertar en Latinoamérica
Buenas, eu sou o jornalista João Vicente Ribas, vivo em Porto Alegre (RS Brasil) e acompanho a cena latino-americana há bastante tempo. Tenho um blog de crítica musical e produzi por 3 anos um programa de rádio. Escrevo sobre música para veículos como Jornal do Comércio, Brasil de Fato RS e Revista Parêntese.
A partir de agora vou enviar recomendações musicais todo mês. Se você deseja ficar por dentro das novidades da canção latino-americana, entre nomes consagrados e revelações, assine esta newsletter e tenha sempre uma playlist atualizada.
Agora, pra começar relembrando os fatos relevantes do último mês, destaco a entrega dos prêmios Graffiti no Uruguai, que consagrou Fulana de Val. A jovem cantautora já havia entrado no radar neste ano quando esteve pelo Brasil apresentando as canções de seu primeiro disco, Anónima. Por isso, ela integra a playlist de outubro com sua pegada tangueira contemporânea.
Também precisamos voltar os ouvidos para outro nome emergente que anda por terras brasileiras, a peruana Martha Galdos está com um novo single nas plataformas. Conversei com ela e conto mais logo abaixo.
E foi do Peru o melhor disco lançado neste mês, Debut, da cantautora La Lá. Talvez o mais jazzy de sua carreira, mas sem deixar de lado os ritmos afro-latinos. A seguir comento-o faixa a faixa.
Já a notícia de maior impacto foi a de que Alex Cuba está produzindo um documentário musical em sua terra natal. Se o teaser Tiene Sabor for o parâmetro, teremos um excelente filme para assistir no ano que vem, principalmente nós que temos saudades do Buena Vista Social Club.
Entonces, vamos hablar um pouco más?
Alex Cuba vive no Canadá, onde lançou nove álbuns, e já foi premiado com o Grammy 2022 de Melhor Álbum Pop Latino. Neste mês, o cubano revelou duas ótimas novidades. A primeira foi a participação no Tiny Desk, da NPR, mostrando sua performance impecável. Depois, divulgou a notícia de que está produzindo um documentário junto à sua família. No clipe acima, vemos seu pai cantando em uma das cenas já gravadas. Enquanto esperamos, recomendo ouvir tudo que Alex Cuba já produziu, em especial o disco Sublime, de 2019.
Outra imigrante que vem de uma família de artistas é a peruana Martha Galdos. Bati um papo com a cantora que vive em São Paulo há cinco anos e agora lançou seu primeiro trabalho autoral. Ela falou da influência de seu pai, o conceituado pintor Enrique Galdos Rivas, e da composição da canção Aya T’ica, produzida ao lado dos brasileiros Joãozinho Gomes e Dante Ozzetti. A entrevista completa está publicada no portal Brasil de Fato.
La Lá é o pseudônimo de Giovanna Núñez, uma compositora peruana de canções suaves e cortantes. Já sabia disso por ter escutado seus três primeiros álbuns. Mas desta vez, chegou a um nível de acabamento que me motiva a escrever: Debut é o seu melhor disco.
Começa com uma levada jazz na parceria com o mexicano Jósean Log e segue desfilando ritmos diversos da América Latina, em parceria com outros músicos. La reyna del Delay é um merengue, meio axé, com feat. da talentosa conterrânea Lorena Blume. Em Kung Fusion retoma a elegância jazzy, solfejando em duo com a flauta divina de Junior Pacora.
Já a bachata Quiero ser un ONVRE embala uma letra formidável, que contém uma das máximas irônicas do disco: “quiero ser un hombre". A pegada feminista desta faixa tem seguimento na seguinte, Mimi Rada, com um arranjo soturno de violão e violoncelo. Nela, outra frase categórica: “nunca quise ser perfecta".
Então, o dueto romântico com seu irmão Iluso, desabrido a plenos pulmões, parece contrastar com as levadas requintadas das primeiras faixas. El corazón no engaña a su dueño harmoniza o coração com a sonoridade vintage do mellotron. No entanto, a pegada brega é muito bem resolvida, permitindo uma sequência coerente com o álbum todo. Pra finalizar, retorno à suavidade, em uma valsa de voz e violão, pra conformar aquela ambiência confortável que La Lá induz, sem deixar de inspirar sempre uma suspeita sagaz.
Que se vengan las canciones
Em novembro, Mon Laferte lança o oitavo disco de uma carreira de sucesso no continente inteiro. Vai se chamar Autopoiética. No álbum, a chilena promete flertar com o trap para apresentar temas sombrios. Já é possível conferir nas redes três adelantos. O álbum completo estará disponível ainda na noite de hoje.
E na sexta-feira, chega às plataformas um álbum icônico da integração com os vizinhos hermanos. Lançado há dez anos, o CD Canciones Cruzadas reúne o brasileiro Marcelo Delacroix e o uruguaio Dany Lopez. Já era hora de podermos ouvi-lo no digital. Procurem no Spotify ou nos outros players.
Prográmate
Porto Alegre | 11 novembro | Jorge Drexler | +info
Bogotá | 11, 12 e 13 novembro | Rock Al Parque | +info
São Francisco de Paula | 18 de novembro | Canciones Cruzadas | +info
Porto Alegre | 18 e 19 novembro | Festival Turá | +info
Sorocaba | 22 novembro | Sofía Viola | +info
Buenos Aires | 25 e 26 de novembro| Primavera Sound | +info
Montevidéu | 30 novembro | Julieta Venegas | +info
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Tá aqui a playlist desta primeira edição da newsletter. Começa despacito no más, com as recomendações do mês. Inclui nomes mais conhecidos no sul do Brasil, como Kevin Johansen (ARG), Pascuala Ilabaca (CHI), Omar Giammarco (ARG) (feat.Vitor Ramil BRA) e Pablo Grinjot (ARG). E num crescendo de ritmo e intensidade, agreguei as novas canções de artistas que vêm despontando, como Noelia Recalde (ARG), Alex Ferreira (DOM), María Cristina Plata (COL), El David Aguilar (MEX), Diego González (URU), Julieta Laso (ARG) e Newen Afrobeat (CHI).
Gracias pela leitura! Saiba que o formato dessa newsletter está em fase experimental, então o estilo e as seções poderão mudar. Depois me diga o que achou de tudo.
Boas audições! Hasta pronto!