[edição extra] apostas para a temporada de prêmios
10 (+3) álbuns que podem ser consagrados em 2024, ou não
Na véspera da calamidade climática que assola o Rio Grande do Sul, a revista Parêntese do grupo Matinal Jornalismo começava a publicar sua edição de final de semana, com conteúdos de jornalismo cultural e literatura.
Entre os textos, uma coleção de 10 resenhas que preparei com cuidado, desde janeiro, sobre álbuns destacados no último ano e que começam a concorrer a prêmios em toda América Latina.
Enquanto Porto Alegre era inundada, essa publicação acabou entrando no site da revista, que logo suspendeu atividades temporariamente.
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Quase um mês depois e intermináveis enchentes no Estado, ainda estamos lidando com questões de sobrevivência por aqui. Contudo, a Parêntese já retomou os envios semanais e eu consegui parar uns minutos para comentar e finalmente compartilhar esse conteúdo com vocês.
Espero que estejam bem onde quer que estejam e que possam aproveitar a leitura e as recomendações.
Apesar do título desta edição (trabalhado no SEO), a escolha dos discos deste top 10 configurou uma amostra do que de mais interessante vem aparecendo na canção latino-americana. Ou seja, no texto da revista Parêntese não apresento apostas que valeriam grana em casas do ramo, nem seguem a lógica do derivativo, tal qual o Spotify, o mercado financeiro e a publicidade nas redes sociais.
Provavelmente os critérios dos jurados das premiações não serão os mesmos que os nossos. Talvez, mais próximos dos algoritmos. Quem sabe? Assim, nossa lista corre o risco de errar todos os palpites. Espero que não se importem com isso (nos prêmios Gardel nesta semana, já tomamos uma goleada).
Na verdade, nossa aposta é na vitalidade do ser/fazer cancionista!
Apostas da canção latino-americana para a temporada de premiação
A costarriquenha Berenice é uma das revelações listadas no texto da revista Parêntese, ao lado da uruguaia Sofía Alvez e da peruana Danitse. 2023 foi um ano de poucos lançamentos entre os cancionistas consagrados (apenas Mon Laferte integra o top 10). Com isto, há diversos nomes emergentes, como os argentinos Ezequiel Borra e Omar Giammarco, os colombianos Lucio Feuillet e Las Añez, além da chilena Evelyn Cornejo e da peruana La Lá.
LEIA AQUI A REVISTA PARÊNTESE: Apostas da canção latino-americana para a temporada de premiação
Alguns deste álbuns já havíamos comentado em newsletters anteriores. Também já havia publicado uma playlist que era resultado deste trabalho de selecionar os destaques do ano que passou, mas olhando pra frente: Canciones para 2024 despertar en Latinoamérica.
Entre tanta coisa boa, foi difícil separar apenas dez. Por isso, acabei expandindo a lista nesta edição extra. A seguir, resenhei +3 de forma sucinta e mostro pra vocês o meu rascunho completo, com outros 21 títulos que acabei não resenhando, mas que recomendo com a mesma ênfase.
Por fim, ainda, a playlist Singles distintos da canção latino-americana 2023, uma coletânea das mais contundentes e embaladas.
+3
Angela Alves - Ofrenda
Seria um álbum de candombe fusión, de uma ótima cantora. Sem dúvida, um trabalho típico do gênero uruguaio, que evoca as raízes africanas no meio urbano para bailar e celebrar. No entanto, Ofrenda possui "toques de color" de outros ritmos latino-americanos, a voz e também a composição de Angela Alves. Por isso, acaba entrando no grande espectro da canção de autor. Afinal, uma grande cancionista acompanhada de tambores.
Manu Sija - Ecléctica
Daqueles hermanos subtropicais. O argentino Manu Sija é mais que um cantor e compositor, pois atua com excelência como produtor e multi-instrumentista (fazendo performances de live looping). Por isso, seu álbum duplo Ecléctica traz arranjos com uma infinidade de timbres e sonoridades, tudo para apresentar cada canção da melhor forma. Não bastasse, ainda convidou grandes nomes da música argentina para cantar junto, como León Gieco, Nito Mestre, Liliana Herrero e Kevin Johansen, além de cancionistas de outros países latinos, como a uruguaia Ana Prada e a colombiana Marta Gómez.
Feli Colina - Lxs Infernales (del Valle Encantado)
Punk folclórica, Feli Colina possui uma postura crítica e atávica. A sonoridade do álbum Lxs Infernales (del Valle Encantado) condiz um tanto com sua performance ao vivo, amparada numa banda roqueira das mais criativas e desprovidas de apego a algum subgênero. Assim transita do indie ao reggaeton, com arranjos minimalistas, percussivos e progressivos. Aqui uma artista que está no limiar da definição cancionista, pois extrapola bastante essa configuração que costuma conter-se no âmbito da voz e do violão. Provocativa, é um antídoto para estes tempos bicudos que a Argentina vive.
Lá vai mais uma lista, com outros 21 lançamentos do ano passado que acabei não comentando no top 10 (+3):
Alejandro y Maria Laura (Peru) - Madre Padre Marte
Ana Rossi (Argentina) - Una casa
Coqui Ortiz (Argentina) - Chamamé sentido
Gabriela Ponce (Colômbia) - El sur del ser
Jaison Neutra (Colômbia) - Elegante Arrabalero
Juan Wauters (Uruguai) - Wandering Rebel
La Chicana (Argentina) - Los lobos del recuerdo
Laró (Chile) - Bailar en la cuerda floja
Luz Pinos (Equador) - Café con miel
Mel Muñiz (Argentina) - La santa patrona de los corazones negros
Manuel García (Chile) - Vivo en Buenos Aires
Natasha Roldán (Colômbia) - Ya no estoy aqui
Pablo Grinjot (Argentina) - Rock
Pascuala Ilabaca (Chile) - Alegriste
Omara Portuondo (Cuba) - Vida
Rubén Oliveira (Uruguai) - Una mirada
Seba Ibarra (Argentina) - Universoscopios
Susana Baca (Peru) - Sesc Jazz Ao Vivo
Vadik Barron (Bolívia) - Minimalia 2
Vários artistas - Chabuca Íntima
Vários artistas - Mercedes Florecida
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Nos entremeios dos meses, as plataformas digitais notificam uma imensidão de singles. Em 2023, pesquei alguns que marcaram fundo. Estão compilados na playlist acima, numa sequência de tirar o fôlego.
Será que os cancionistas costumam lançar no formato single só aquelas mais potentes? Faria sentido.
Começa com a incrível Silvana Estrada 🇲🇽, inclui o encontro entre Pascuala Ilabaca e Mon Laferte 🇨🇱 e até a banda Onda Vaga 🇦🇷.
Tem El David Aguilar 🇲🇽, na perfeita síntese entre folk e ranchera, com uma melodia cantarolável a plenos pulmões: Al capricho del viento.
Entre tantos outros, vale mencionar Diego González 🇺🇾, que encerra com uma canção alto astral e autocrítica, em homenagem a Montevidéu.
Confiram essa lista exclusiva e todas as outras no meu perfil no Spotify.
Gracias pela compania neste interlúdio!
¡Logo chega a próxima edição!